Relacionamentos interpessoais são marcados por contextos que dizem respeito, a postura individual de auto estima, sentimentos, ideias e crenças flexibilizadas e amadurecidas suficientemente para sustentação de vínculos saudáveis e duradores.
Os três modelos relacionais (familiar, social e conjugal) requerem aspectos sócio emocionais resilientes que não comprometam pensamentos de atitudes próprias e espontâneas. Pensamentos invasivos e destrutivos comprometem a forma como o indivíduo vivencia e ou interpreta seu entorno. Fatores como imaturidade, impulsividade, egoísmo, ignorância e preconceito interferem dificultando e comprometendo relações saudáveis necessárias para as interações humanas.
Relação Familiar
No ambiente familiar, as percepções dos sentimentos compartilhados são destiladas e interpretadas de acordo com o grau de vulnerabilidade de cada membro pertencente ao grupo.
Adultos comprometidos com vícios de bases mal elaboradas tais como traumas de infância, desajustes psíquicos ou baixo auto estima, são responsáveis pelo favorecimento e banalização de ciclotimia comportamental instalada dentro do seio familiar.
Problemas constantes alternados por pequenos espaços de paz impedem espaços livres e criativos. A estagnação é a opção neurótica encontrada como forma de evitar agravamento das desavenças criando desta forma um ciclo patológico que incapacita relações amorosas saudáveis dentro e fora das famílias.
Relação Social
A descoberta do mundo externo começa com o aprendizado dentro do grupo familiar do qual cada indivíduo participa, isso posto, é natural que conflitos estejam presentes entre pessoas com diferentes objetivos ou interesses. O ser humano tem uma trava para associações.
Porém a sociabilização é fundamental para o desenvolvimento intelectual. O homem objetiva ocupar seu lugar em meio aos grupos dos quais participa seja de maneira natural ou interesse individual.
A sociedade é uma utopia necessária onde humanos impregnados de impulsos antissociais convivem com propostas de felicidade. Ela é dinâmica, em permanente processo de mudança, posto que as relações e instituições sociais acabam por dar continuidade a própria vida social. Como dizia Rousseau “ela nos ampara, educa e humaniza”.
Relação conjugal
Reúne os aspectos biopsicossociais dentro de uma conjugalidade cujos parceiros possuem distintas visões, percepções e objetivos na vida.
Buscamos o que nos falta dentro da outra pessoa e, nesse encontro de impossibilidades criamos uma estrutura cujo amalgama é forjado nos sonhos impossíveis dos protagonistas.
O indivíduo procura a solução de seus problemas no outro, mas o outro nem de longe será suficiente pois muitas das expectativas são contraditórias e inconscientes.
Cada um dos pares herda dos pais traços de genética física, intelectual emocional e comportamental. É uma relação onde a matemática não é uma ciência exata pois um mais um passam a ser três (a relação tem personalidade distinta de seus pares).
O casal é formado por uma montagem constituída de diferentes fragmentos trazidos pelos cônjuges formando para a relação uma muleta necessária, mas imperfeita para a identidade individual. Os cônjuges tornam-se mutuamente responsáveis por uma inevitável completude. O par sadio vive uma solidão compartilhada e saudável.
Conflitos interiores são frequentemente causadores de conflitos externos (corpo físico e emocional) porém os problemas quando assumidos podem ser construtivos se interrompem a inercia causadora do conforto negativo responsável pela desunião.
A representação do que está ausente dentre da relação deve ser encarado de forma explicita para que o problema presente são se replique e perpetue o conflito desagregador. Assim como pessoas dogmáticas impedem o crescimento das relações (mais fácil culpar o outro que assumir erros), a vitimização é um hábito egoísta que boicota e paralisa o casal.
Não faz sentido o casal achar que alguém ganha quando o outro perde. Sócrates passou grande parte de sua vida tentando compreender a frase inscrita no pronau do Templo de Apolo em Delfos: conhece-te a ti mesmo.
As vezes precisamos ir fundo, destruir parte de nós mesmos para redescobrir a sedução e restabelecer vínculos. Defender-se menos deste outro que já não pertence aos outros. A harmonia das diferenças realça as individualidades de maneira sadia, intelectual e sexual.
Lições
A maioria das experiências vividas deixam resíduos. Deve-se levar para frente somente o aprendizado benigno. Carregar muito peso costuma fazer a relação naufragar. Projete a felicidade baseado no que depende de suas possibilidades. O outro é o outro. Não se molda o sonho do outro com expectativas que o amarrem ao script escrito por você.
A relação deve ser encarada como um todo e não com interesse próprio de uma parte. Muitas críticas mórbidas refletem defeitos que o indivíduo não suporta em si mesmo.
Primo
Como sempre, seus comentários /informações, são conteúdos profundos, realísticos e principalmente relatam o cotediano com firmeza e sinceridade que v vive dia a dia em seu consultório
Mil PARABÉNS
Parabéns Dr. Como sempre preciso em suas colocações.
Muito bom!!
Palavras que provocam questionar nossos comportamentos , atitudes e pensamentos!
Estamos em constante transformação e crescimento do nosso eu, quando assim buscamos.
Me fez pensar a colocação que: “ as vezes precisamos ir fundo, destruirmos parte de nós mesmos para descobrir a sedução e restabelecer vínculos”! Parabéns !
Thank you so much! We appreciate your input and support. Cristopher Statton